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Carta da Economista #7

Olá, pessoal!

Em uma semana com importantes falas das principais personalidades do mundo no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, vimos os principais índices do mercado com movimentos estressantes, se assim podemos dizer. Ainda que os principais índices americanos tenham conseguido respirar e fechar a semana no campo positivo, as bolsas da maioria dos outros países fecharam no vermelho, inclusive o Ibovespa, que teve uma queda de 2,56% e perdendo os 130 mil pontos.

Na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, líderes globais se encontraram para abordar desafios cruciais, como inteligência artificial, mudanças climáticas e crescimento global. A necessidade de cooperação global e segurança foi enfatizada diante de um cenário geopolítico complexo, com líderes destacando a importância de superar divisões para enfrentar desafios. A discussão também se estendeu a temas econômicos, com a proposição de novos modelos de crescimento que equilibrem produtividade, equidade e sustentabilidade, enquanto abordavam questões como emprego e livre comércio. O evento reforçou a importância de ações urgentes e colaboração global para enfrentar questões críticas e moldar um futuro mais sustentável e equitativo.

 

Importante mencionar sobre um dado que rondou os temas nesta semana, que foi sobre inflação e taxas de juros dos principais bancos centrais mundiais. Recentes indicadores de uma economia robusta nos Estados Unidos influenciaram as expectativas de redução das taxas de juros, uma discussão que também ecoou na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial. Os contratos futuros nos EUA mostram agora uma probabilidade de cerca de 49% de um corte em março, contra 77% da semana anterior, destacando a influência dos dados econômicos na revisão das perspectivas de mercado. 

Apesar da trajetória de queda na inflação norte-americana, os dados recentes destacam a resiliência da atividade econômica nos EUA, levando a uma revisão das expectativas de cortes mais agressivos nas taxas de juros do Federal Reserve (FED) ao longo do ano. As declarações de dirigentes do Fed apontam uma abordagem mais cautelosa, reduzindo as expectativas de cortes robustos.

Essas mudanças tiveram impacto nos mercados emergentes, como o Brasil, refletidos nas perdas no Índice MSCI para emergentes e no Ibovespa. Dados da B3 mostram um saldo negativo de capital externo de R$ 59,3 milhões de reais até o dia 17 de janeiro, o que mostra um menor apetite por ativos brasileiros e de mais risco. 

 

Nessa semana ainda tivemos a divulgação da pauta da reunião do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), em que também foi discutido o ambiente econômico, com destaque para a perspectiva de demanda externa fraca na zona do Euro e riscos geopolíticos. Houve debate sobre o otimismo nas projeções de crescimento, com preocupações sobre a persistência da fraqueza na atividade. Em relação à inflação, houve consenso sobre a queda recente, mas cautelosa sobre a sustentabilidade, com menção a riscos de alta, como tensões geopolíticas, e riscos de baixa, como política monetária restritiva. Sobre isto, houve concordância em manter a postura mais restritiva enquanto alguns membros sugeriram cautela em relação às expectativas de mercado. 

Agenda da próxima semana

Para a próxima semana, no Brasil, temos o relatório Boletim Focus do Banco Central na segunda-feira, que mostra previsões para inflação, taxa de juros e taxa de câmbio do real em relação ao dólar, além de IPCA-15 na sexta-feira.

Importantes dados vindo da Ásia são as decisões de taxa de juros na China e no Japão. Já na Europa, ficamos com a decisão da taxa de juros e o acompanhamento dos dados que medem os níveis de atividade industrial e da economia como um todo, os PMI’s.

Já a agenda americana também vem com os índices que medem a atividade no país, dados sobre estoque de petróleo, dados sobre o PIB e acompanhamento de empregos. Todas essas informações vão contribuir para as decisões de taxas de juros globais e veremos se realmente estamos indo em caminho à estabilidade econômica, ou se a cautela ainda é o sentimento que manteremos por um bom tempo.

 

Até a próxima!

Louise Leal Cardoso

Louise Leal Cardoso

É apaixonada por esportes, documentários e viagens. Economista na DNA Investimentos e na Mulher na Bolsa. É filiada ao Corecon-DF/7610, com mais de 17 anos de experiência no mercado financeiro. Possui especialização em Finance & Accounting pela University of La Verne, Califórnia, Estados Unidos e está cursando Master in Finance pelo ISCTE - Portugal.

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