Na última sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta e mostrou muita força.
O principal índice acionário brasileiro registrou o quinto recorde seguido de fechamento, perto da máxima intraday.
Fechamento em 130.125 pontos:
E essa força pode continuar na próxima semana. Veja as razões:
No gráfico anual, o Ibov possui uma variação de alta de 9,33%.
O fluxo de capital estrangeiro pode ser fundamental para o Ibov continuar o rali de alta. O mês de junho tem uma entrada líquida de R$1,86 bilhões no dia 1º, elevando o saldo total no ano para R$33,24 bilhões.
No acumulado do ano, os maiores vendedores são os investidores institucionais, com R$36,7 bilhões em vendas líquidas, enquanto as pessoas físicas continuam no lado da compra, com R$7,9 bilhões.
No Brasil, temos expectativa de avanço nas reformas tributária e administrativa e no projeto da Eletrobras.
Assim, a alta das commodities e os sinais de retomada mais forte da economia podem levar o Ibovespa a novos recordes, derrubando dólar e juros.
No gráfico, temos o #Dolfut retomando aos patamares de dezembro de 2020:
Além disso, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE, o PIB brasileiro cresceu 1,2% no 1T21 e 1,0% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Em relação aos últimos 4 trimestres, o PIB apresentou variação negativa de -3,8%, ante 4,1% no trimestre anterior.
Conforme este resultado, o PIB voltou ao mesmo nível do 4T19, anterior ao início da pandemia.
Analisando a oferta, todos os setores apresentaram alta trimestral e tiveram destaque o setor agropecuário e a indústria extrativa (aquela que retira a matéria-prima da natureza para ser utilizada em outras indústrias), que cresceram 5,7% e 3,2% respectivamente, favorecidas pela combinação do ciclo de commodities e a depreciação cambial.
Já o Consumo das Famílias apresentou pequeno recuo de 0,1%, enquanto os Gastos do Governo tiveram queda de 0,8%, o que reflete a interrupção dos estímulos.
Porém, estas métricas devem voltar a apresentar crescimento no 2T21, por causa da reedição dos pacotes de estímulo a partir de abril.
As exportações tiveram alta de 3,7%, beneficiadas principalmente pela indústria extrativa, alimentos e veículos, e com o ambiente externo favorável.
As importações apresentaram aumento de 7,7%, destacando-se produtos químicos e farmacêuticos.
Para os próximos trimestres, então, a expectativa segue positiva. Além da tendência de alta dos índices de confiança do Mercado, a chegada de lotes de vacina em grande escala a partir do segundo trimestre reduz o risco de mais descontrole na disseminação da Covid19.
Como falamos acima, o cenário ainda é favorecido pela reedição das medidas de compensação fiscal, incluindo o auxílio emergencial, que deve beneficiar de forma significativa o consumo das famílias.
Porém, ainda há riscos evidentes: atrasos na chegada de vacinas colocariam o país à beira de uma 3ª onda de contaminação, combinada às novas variantes do vírus já diagnosticadas no território brasileiro.
Exterior segue ritmo favorável:
As bolsas americanas, também perto de seus recordes, observam os sinais de inflação e as negociações de novos pacotes fiscais no Congresso americano, com o presidente Joe Biden voltando a se reunir com a oposição republicana na segunda-feira.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones Industrials continua a subida em 2021, com 13,55% depois da alta de sexta, seguido pelo S&P500, com 12,61%.
Já o Nasdaq 100 sobe menos, 6,85%, prejudicado pela rotação das carteiras de papéis de tecnologia para os ligados à atividade, já que a retomada das atividades após a vacinação em massa indica melhora ao setor.
Fonte: Stake
Payroll: os dados de emprego nos EUA em maio trouxeram mais ânimo para os ativos de risco, derrubando os juros longos. Não há duvidas sobre a retomada.
O rendimento do Treasury de dez anos terminou o dia em queda, de 1,627% ontem para 1,557% hoje, perto do nível da sexta-feira passada, de 1,581%, depois de ter atingido 1,63% ontem.
Já o dólar perdeu força no último pregão, com o índice DXY recuando 0,40%, reduzindo a alta da semana para 0,11%.
As commodities subiram, com o petróleo tipo Brent atingindo US$72,00 o barril pela primeira vez deste maio de 2019, e o americano WTI atingindo US$69,62, maior preço desde outubro de 2018.
Após o Payroll nos Estados Unidos, que demonstrou um ambiente favorável ao risco, fez a bolsa continuar a trajetória altista e o dólar rumar a R$5,00, em semana com crescimento do PIB brasileiro acima do esperado no primeiro trimestre.
Por Caroline Daher*.
*Caroline Daher é analista de investimentos CNPI-T e Mestre em Direito e Negócios Internacionais. É criadora do canal de investimentos Mulher na Bolsa. É escritora apaixonada por aprender e ensinar, que vive com o escritório na mochila. Aquela que deixou a carreira jurídica para se dedicar ao Mercado Financeiro.