Artigos

O escolhido de Trump para o Tesouro e o impacto na sua carteira de investimentos: dólar e Bitcoin

A semana será marcada pela posse do presidente eleito Donald Trump aqui nos Estados Unidos. Na segunda-feira (20), também é feriado, em comemoração ao dia de Martin Luther King.

 

Mas, antes mesmo da posse, importantes movimentos na política monetária dos Estados Unidos aconteceram e precisamos comentar alguns deles e analisar como isso pode impactar a sua carteira de investimentos.

 

O presidente eleito Trump nomeou Scott Bessent para liderar o Departamento do Tesouro dos EUA, e Bessent se comprometeu a manter o status do dólar como a moeda de reserva mundial. Esse compromisso foi feito durante seu testemunho preparado.

 

 

Scott Bessent enfatiza que o dólar deve continuar a ser a “moeda de reserva mundial” e a sua declaração ocorre em um contexto onde Trump está defendendo a criação de uma Reserva Estratégica de Bitcoin.

Na sua fala, Bessent abordou a importância de proteger a posição do dólar no cenário econômico global, destacando a necessidade de um foco em investimentos produtivos e a utilização cuidadosa de sanções para atender às demandas de segurança nacional.

 

Essa posição é particularmente relevante em um momento em que o papel do dólar está sendo examinado, especialmente à luz das recentes discussões sobre criptomoedas e ativos digitais. Bessent, que demonstra interesse em políticas que apoiem tanto o dólar quanto as inovações no espaço das criptomoedas, está alinhado com a visão de Trump para transformar a economia e considerar o impacto das moedas digitais no sistema financeiro tradicional.

 

O que aconteceu: Bessent, que deve comparecer perante o Comitê de Finanças do Senado dos EUA na quinta-feira, enfatizou a importância de priorizar investimentos produtivos em vez de “gastos e desperdícios” que poderiam levar à inflação. Ele destacou a necessidade de garantir cadeias de suprimentos e usar sanções com cautela para atender às necessidades de segurança nacional, conforme relatado pela Reuters na quarta-feira. “E devemos garantir que o dólar dos EUA permaneça a moeda de reserva mundial”, disse ele.

 

Além disso, Bessent, um gestor de hedge funds, apoiou os planos de Trump para tarifas mais altas sobre importações, embora ele não tenha mencionado a China especificamente em seus comentários. 

 

Trump já ameaçou tarifas significativas sobre importações da China, Canadá e México. Bessent também destacou a necessidade de o Congresso tornar permanentes as disposições da Lei de Redução de Impostos e Empregos de Trump de 2017. Ele alertou que não fazer isso poderia resultar em um aumento histórico de impostos de US$ 4 trilhões. Ele defendeu “políticas pró-crescimento” para reduzir a carga tributária sobre fabricantes, trabalhadores de serviços e idosos americanos.

 

Os comentários de Bessent ocorrem em um momento em que Trump está, aparentemente, explorando a possibilidade de emitir uma ordem executiva para criar uma Reserva Estratégica de Bitcoin (SBR). Após fornecer um suporte financeiro substancial durante a eleição de 2024, a indústria de ativos digitais está se preparando para uma grande mudança em seu cenário regulatório. O presidente eleito Trump, que anteriormente era um crítico vocal das moedas digitais, mudou sua postura durante sua campanha, tornando-se o primeiro candidato presidencial a aceitar doações em ativos digitais.

 

Por que isso importa? A nomeação de Bessent ocorre em um momento em que o papel do dólar como moeda de reserva global está sob análise. Seu compromisso de manter esse status se alinha com sua visão de uma “nova era econômica dourada”, conforme descrito em seu testemunho. 

 

 

Enquanto isso, as divulgações financeiras de Bessent revelam uma participação significativa no iShares Bitcoin Trust ETF, indicando seu interesse em criptomoedas, em meio a expectativas de políticas favoráveis a criptomoeda sob a administração de Trump.

Impacto sobre o Real Brasileiro

 

A ênfase de Trump em tarifas mais altas sobre importações pode também complicar as relações comerciais com países da América Latina, incluindo o Brasil. Isso pode provocar retaliações ou a busca por novos acordos comerciais, o que influencia a previsão de fluxo de capital e a estabilidade monetária.

 

Quando o dólar se valoriza em relação a outras moedas, como o real brasileiro, isso pode resultar em um aumento nos custos de importação para o Brasil, gerando pressão inflacionária. Além disso, pode afetar negativamente o comércio exterior e investimentos estrangeiros diretos no Brasil. Um dólar forte torna os produtos brasileiros mais caros para o mercado americano, o que pode prejudicar as exportações.

 

 

Em suma, a combinação das políticas econômicas propostas e a percepção do mercado sobre a economia dos EUA pode ter um impacto direto sobre o valor do dólar em relação a outras moedas, incluindo o real brasileiro, resultando em efeitos variados na economia do Brasil.

 

P.S.: com relação a sua carteira de investimentos, eu realmente torço para que ela esteja diversificada a ponto de você poder dormir um sono bem tranquilo. Pois do contrário, você precisa participar da nossa Masterclass “Bora multiplicar o seu dinheiro?”. Clica no botão e garanta o Acesso VIP:

 

Por Carol Daher               

 

Autora bestseller, professora Mestre em Direito e Negócios Internacionais, analista de investimentos CNPI-T, fundadora da Mulher na Bolsa. Vive pelo mundo com o escritório na mochila depois que trocou a carreira jurídica pelos gráficos. Atualmente, estuda Investimentos em Stanford, no Vale do Silício.

Compartilhe: