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Carta da Economista #6

Olá, pessoal! Na Carta da Economista #6, a primeira de 2024, vamos falar um pouco sobre o que aconteceu nesta semana.

O nome da vez nesta semana e talvez de todo janeiro foi a taxa de inflação nos EUA. Esse dado é muito importante porque vai refletir diretamente na política monetária do país, que consequentemente impactam bastante as taxas de juros globais e as condições de empréstimos, investimentos e desenvolvimento das demais partes do mundo.

Sendo assim, vamos seguir para o que aconteceu nos EUA, no dia 11/01/2024 foi divulgada a taxa do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) para dezembro de 2023. O dado apresentou um aumento de 0,3% no mês, impulsionado principalmente pelos preços da habitação, que contribuiu com mais da metade do aumento total. Mas outros fatores contribuíram para esse aumento, como o índice de energia, que subiu 0,4%, com destaque para energia elétrica e preço da gasolina. Esse aumento também acabou puxando os preços dos alimentos, seguro de veículos e cuidados médicos. Mas nem tudo subiu de preço, a parte de mobiliário doméstico e cuidados pessoais tiveram queda no mês. Considerando todo o ano de 2023, a inflação nos EUA foi de 3,4%, número acima dos 3,1% do ano de 2022.

O que esses números demonstram e porque o mercado reagiu tão mal na quinta-feira? Esses dados destacaram que ainda há muita pressão inflacionária no mundo, há a necessidade de dar uma atenção especial às áreas de habitação e energia e, ainda, deve haver uma cautela do Federal Reserve Americano (FED) em aliviar as taxas de juros da sua economia.

 

E para quem ainda não acredita que o que acontece nos EUA reflete diretamente nas demais partes do mundo, podemos comprovar com os dados de inflação do Brasil, que também foram divulgados na última quinta-feira pelo IBGE e podemos visualizar no gráfico abaixo. 

Em dezembro, o índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), como é chamado no Brasil o índice que traduz a inflação, aumentou 0,56% e encerrou o ano em 4,62%. No caso do Brasil, percebemos aumento de preços em todos os grupos analisados, sendo que o que mais impactou esse número foram os dados de alimentação e bebidas, seguido pelo grupo de transportes.

Mais uma vez, ressalto a importância desse dado, que é monitorado de perto globalmente porque as políticas econômicas e as decisões das principais economias têm repercussões significativas nas taxas de juros, nas taxas de câmbio e nas condições econômicas gerais em todo mundo. Uma taxa de inflação baixa geralmente está associada à estabilidade econômica, enquanto uma alta inflação pode levar a um aumento da incerteza e da volatilidade nos mercados financeiros globais. Os Estados Unidos, como uma das maiores economias do mundo, desempenham papel crucial na formação das tendências econômicas internacionais, tornado sua taxa de inflação um fator significativo para a estabilidade econômica global.

 

Agenda da próxima semana

Para a próxima semana, no Brasil, temos o relatório Boletim Focus do Banco Central na segunda-feira, que mostra previsões para inflação, taxa de juros e taxa de câmbio do real em relação ao dólar. Durante toda a semana teremos mais dados de inflação pela Europa, com vários pronunciamentos do presidente do Bundesbank Alemão e da presidente do Banco Central Europeu, Cristine Lagarde.

Já a agenda americana, que começa com feriado na segunda-feira, terá ainda dados de vendas no varejo, produção industrial, licenças de construção e pedidos de seguro-desemprego. Todas essas informações vão contribuir para as decisões de taxas de juros globais e veremos se realmente estamos indo em caminho à estabilidade econômica, ou ainda é cedo para comemorar.

Até a próxima!

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Louise Leal Cardoso

É apaixonada por esportes, documentários e viagens. Economista na DNA Investimentos e na Mulher na Bolsa. É filiada ao Corecon-DF/7610, com mais de 17 anos de experiência no mercado financeiro. Possui especialização em Finance & Accounting pela University of La Verne, Califórnia, Estados Unidos e Master in Finance pelo ISCTE - Portugal.

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