Olá, pessoal! Bom final de semana!
Aproveitando que o início dessa semana não teve muita novidade em questão de dados econômicos, tem um assunto que ainda não mencionei aqui de forma direta, mas que pode pressionar os preços no Brasil. Na semana passada falamos que um dos pontos de atenção discutidos no Fórum Econômico Mundial em Davos foram as questões climáticas do planeta. Há muitas pesquisas que falam que o ano de 2023 foi o último ano mais quente de todos os tempos e que 2024 será ainda mais.
E o Brasil tem um ponto a se preocupar este ano, o El Niño. Há projeções que dizem que o deste ano será o mais forte já presenciado no planeta. E aperar do foco dessa carta semanal não ser sobre clima, e sim de economia, tem muito sobre este tema interligado aqui. Porque com esse El Niño mais forte, há muito risco para as colheitas, principalmente de arroz, soja, trigo, leguminosas e frutas. E o que a teoria econômica de oferta e demanda diz é que: se há pouca oferta de um determinado produto, como as pessoas ainda pretendem consumir e não há tantos substitutos assim, a tendência é que os preços desses produtos aumentem.
Como podemos ver no gráfico acima, digamos que os preços atualmente estão no ponto verde, em equilíbrio. Quando a oferta dos produtos agrícolas começar a diminuir, porém a demanda das pessoas continuar a mesma, poderemos sair do ponto verde para a região em amarelo. Que significa que esse comportamento (não intencional por questões climáticas) faça com que passemos a vivenciar uma alta nos preços, lá na parte de cima do gráfico.
Isso é preocupante pois, como falei nas cartas anteriores, principalmente na Carta #6, é exatamente esse controle nos preços e na inflação mundial que os governos de todo o mundo estão tentando controlar. E se já não estava tão visível esse controle com todos os tipos de políticas monetárias restritivas que estamos presenciando, com mais essa questão climática ficará ainda mais sensível esse tema.
Mudando um pouco de assunto, em termos de dados econômicos, tivemos uma semana muito positiva, em sua maioria. Pois vimos que diferentes países ao redor do mundo apresentaram dados animadores. Como por exemplo dados que mostram a recuperação da indústria na Europa e nos EUA, e o mais surpreendente deles que foi o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA que veio com um crescimento de 3,3%.
O PIB é uma maneira de medir o valor de tudo que é produzido em um país. Isso inclui coisas como carros, comida e serviços como educação e saúde. Então ele nos ajuda a entender o quão grande e saudável é a economia de um país. Se o PIB está crescendo, como vimos no caso dos EUA, isso é bom, significando que a economia está melhorando.
Esses dados mais animadores fizeram com que os principais índices das bolsas do mundo fechassem a semana no campo positivo. Os investidores votaram a olhar com bom olhos ser “sócios” das empresas, já que agora é ainda mais aparente que as taxas de juros vão cair.
Agenda da próxima semana
Para a próxima semana, no Brasil, temos o relatório Boletim Focus do Banco Central na segunda-feira, que mostra previsões para inflação, taxa de juros e taxa de câmbio do real em relação ao dólar, na quarta-feira temos dados de desemprego e depois a decisão da taxa de juros do Banco Central. A previsão é que a nossa taxa caia 0,5%, chegando a 11,25% ao ano.
Falando em Europa, teremos divulgação do PIB e dados de inflação.
Já a agenda americana teremos diversos dados de desemprego e a principal notícia da próxima semana que é a divulgação da taxa de juros do FOMC, na “super quarta-feira”.
Promessa de muita volatilidade para os próximos dias!
Até a próxima!
Louise L. Cardoso
É apaixonada por esportes, documentários e viagens. Economista na DNA Investimentos e na Mulher na Bolsa. É filiada ao Corecon-DF/7610, com mais de 17 anos de experiência no mercado financeiro. Possui especialização em Finance & Accounting pela University of La Verne, Califórnia, Estados Unidos e está cursando Master in Finance pelo ISCTE - Portugal.