Olá, pessoal! Bom final de semana!
Nesta semana, em que o assunto principal foi a Super Quarta-feira, foram divulgadas as novas taxas-base da economia dos Estados Unidos e do Brasil. A primeira se manteve no patamar, entre 5,25% e 5,5%, e no Brasil, tivemos mais uma redução da taxa Selic, ficando em 11,25%. Mas então, qual o motivo dessas taxas e quais as previsões para o nosso futuro próximo?
Primeiro vamos focar nas decisões do Federal Open Market Committee (FOMC) dos Estados Unidos. E para podermos alinhar o nosso diálogo, é importante mencionar qual a principal meta do órgão: O FOMC tem o compromisso claro de promover emprego máximo, preços estáveis e taxas de juros moderadas a longo prazo, influenciando diretamente a dinâmica econômica global.
Esse Comitê, ao enfrentar perturbações econômicas e financeiras, principalmente modifica sua abordagem por meio de ajustes na faixa de meta para a taxa de fundos federais. É importante destacar que o Comitê percebe uma diminuição no nível da taxa de fundos federais, que anteriormente estava alinhado com o emprego máximo e a estabilidade de preços a longo prazo. A proximidade das taxas de juros ao limite inferior efetivo aumenta os riscos descendentes para o emprego e a inflação, levando o Comitê a adotar uma postura cautelosa.
Com essa postura mais prudente, o FOMC reafirma seu compromisso com emprego máximo e estabilidade de preços, mas a adaptação a circunstâncias em evolução é crucial. A busca por uma inflação média de 2% destaca a flexibilidade necessária para enfrentar esses desafios econômicos complexos.
O impacto dessas decisões transcende fronteiras, influenciando os investimentos estrangeiros no Brasil, com retiradas notáveis no mês de janeiro que ultrapassaram os R$ 7,9 bilhões (como vemos no gráfico abaixo). Já que com a previsão de estabilidade dos números da economia norte americana, é previsto que ainda neste ano as taxas de juros de lá vão começar a cair. E o Tesouro americano é considerado como o investimento mais seguro do mundo. Com esse movimento, os investidores estão retirando os seus recursos das economias de maior risco, como o Brasil, para garantir retornos mais seguros.
Além disso, voltando ao assunto Super quarta-feira, as taxas de juros daqui que estavam em um patamar mais atrativo, seguem caindo. Segundo o Banco Central, as projeções de inflação para o Brasil em 2024 e 2025 apontam em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente. O Copom reduziu a taxa básica de juros atingindo 11,25% ao ano. Aqui ainda se fala em riscos de pressão inflacionária e desaceleração econômica global mais acentuada, reforçando a necessidade de uma política monetária contracionista para consolidar a desinflação.
Em resumo, a desaceleração econômica antecipada pelo Copom no Brasil encontra respaldo nos indicadores de atividade econômica e nas tendencias de inflação. As reduções graduais nas tacas de juros, refletidas nas projeções buscam equilibrar os desafios econômicos atuais, contudo os riscos persistem em todas as direções.
A cautela demonstrada pelos Bancos Centrais das principais economias frente às incertezas nos mercados de trabalho sinaliza uma dinâmica desafiadora para os países emergentes, exigindo prudência em suas estratégias econômicas. Diante dessa conjuntura, é crucial reconhecer a conexão entre as decisões globais e suas repercussões.
Agenda da próxima semana
Para a próxima semana, no Brasil, temos o relatório Boletim Focus do Banco Central na segunda-feira, que mostra previsões para inflação, taxa de juros e taxa de câmbio do real em relação ao dólar, na quarta-feira temos dados de desemprego e depois, na quinta-feira, a inflação do mês de janeiro.
Até a próxima!
Louise Leal Cardoso
É apaixonada por esportes, documentários e viagens. Economista na DNA Investimentos e na Mulher na Bolsa. É filiada ao Corecon-DF/7610, com mais de 17 anos de experiência no mercado financeiro. Possui especialização em Finance & Accounting pela University of La Verne, Califórnia, Estados Unidos e Master in Finance pelo ISCTE - Portugal.