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O Trading na pessoa física – por Fred da Matta

 

A Bolsa de Valores é um ambiente eletrônico de negociação de instrumentos financeiros, como por exemplo ações de empresas, commodities agrícolas, pares de moedas, etc.

Assim como em qualquer bolsa de valores ao redor do mundo, a B3 (bolsa de valores brasileira) permite que qualquer pessoa possa negociar ativos. Para isso, basta ter uma conta numa corretora autorizada e dispor de recursos para realizar as transações.

Dentre vários fatores que compõem uma negociação na bolsa, um dos mais importantes é o tempo em que o investidor carrega sua posição.

Uma operação pode durar anos, meses, semanas ou dias.

Uma janela ainda mais curta de duração engloba transações que são começadas e encerradas no mesmo dia. Para essa modalidade, dá-se o nome de daytrade.

O daytrader compra um ativo e tem a expectativa de vendê-lo por um preço maior para obter lucro. Desde que tenha recursos disponíveis em sua conta da corretora, ele pode realizar um número indeterminado de operações por dia. Ou seja, o limite para comprar e vender depende exclusivamente do trader. Ele determina qual ativo vai operar, quantas vezes vai operar e até onde vai carregar uma posição, independente se ela está dando lucro ou prejuízo.

Nos últimos anos, o daytrade vem crescendo de forma abrupta no Brasil: segundo dados da própria B3 e divulgados pelo Valor Investe, entre 2013 e 2018, o número de daytraders no Brasil cresceu 144%. De 2018 para 2019, subiu 108% e apenas nos 8 primeiros meses de 2020, disparou 100%.

A mesma pesquisa mostra que, dos mais de 2,5 milhões* de pessoas com cadastro da bolsa (2.514.676), 19,4% deste grupo, ou praticamente meio milhão de pessoas (486.676) já havia praticado daytrade.

Em 2019, uma outra pesquisa foi encomendada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e realizada pelos pesquisadores Bruno Giovannetti e Fernando Chague, da Escola de Economia da FGV-SP.

O estudo analisou as operações de daytrade de 19.696 pessoas entre 2012 e 2017 e chegou à conclusão que apenas 7,9% persistiram por mais de 300 pregões. E que, entre os que persistiram, 91% tiveram prejuízo, sem considerar os custos operacionais de corretagem, plataformas de negociação e eventuais cursos.

Considerando apenas os emolumentos e taxa de registro variável cobrada pela B3, apenas 0,8% (13 pessoas) conseguiram obter um lucro médio diário acima de R$300.

Números brutais, que não deixam dúvidas sobre a dificuldade de prosperar no daytrade.

São inúmeros os motivos para essa estatística tão desfavorável.

Em primeiro lugar, o ambiente do daytrade por si só é de altíssimo nível: grandes instituições, que dispõem de algoritmos ultra rápidos e sistema de inteligência artificial, estão anos-luz à frente de uma pessoa física no quesito de análise e execução de transações.

Além disso, estes grandes bancos e fundos de investimento possuem um volume financeiro infinitamente maior que um indivíduo, o que permite uma versatilidade maior no que diz respeito ao tempo e manejo de posições que eventualmente possam estar dando prejuízo.

Voltando o olhar para a pessoa física, o conhecimento técnico superficial diminui drasticamente a probabilidade de sucesso de um trader.

Nessa defasagem, pode-se incluir a falta de gerenciamento de risco e noções de empreendedorismo, que fazem com que o manejo do dinheiro seja malfeito ou até ignorado. Em outras palavras, é preciso saber o quanto se coloca em risco, até onde uma operação deve ser segurada em caso de prejuízo, quando sair de uma operação que está proporcionando lucro e o tamanho da posição.

Para este último item, vale a explicação: se um trader compra 1.000 ações e outro compra 200.000 unidades da mesma ação, uma variação negativa de 10 centavos representa R$100 de prejuízo para o primeiro e R$20.000 para o segundo trader.

Em resumo, até onde ir numa operação depende, em última análise, da disponibilidade de dinheiro em sua conta e das decisões do trader.

O daytrade tem um caráter altamente dinâmico: em questão de segundos, o indivíduo pode estar ganhando uma soma de dinheiro e, de repente, numa virada do mercado, este valor que era lucro até então, pode-se transformar num prejuízo.

Ou seja: o trader é o responsável por encerrar suas posições, sejam elas ganhadoras ou perdedoras.

 Isso leva a uma questão de suma importância e de extrema dificuldade nesta atividade: a definição de regras 100% claras e definidas é o primeiro ponto. O segundo, e tão difícil quanto é executar as regras de forma assertiva.

Não há apenas um motivo para tal dificuldade, porém é possível apontar uma das causas com facilidade: a mente de quem está operando no daytrade ora aponta para uma direção de ação, ora aponta para outra oposta, colocando em xeque um julgamento prévio, deixando o operador à mercê de suas emoções e instintos mais primitivos.

Prova disso é que as maiores dificuldades apontadas pelos próprios traders de varejo do mercado brasileiro não são de cunho técnico, mas sim de cunho emocional e comportamental: ansiedade, impulsividade, medo, raiva e vingança.

É portanto, este o recorte que este trabalho se propõe a examinar com proximidade e profundidade: a dinâmica bilateral entre o psiquismo e o daytrade.

Em outras palavras: será estudado tanto o efeito das interações com o mercado no psiquismo quanto o resultado de se operar daytrade trazendo ao mercado um histórico de uma determinada configuração psíquica.

  

 

AS INSTÂNCIAS PSÍQUICAS

Primeiramente, devemos entender que, para compreender melhor o funcionamento da psiquê humana, Freud convencionou em chamar esse mecanismo de aparelho psíquico, cuja principal função é descarregar excitações.

Este aparelho foi compartimentalizado em 3 partes, em dois momentos distintos.

Num primeiro momento, a primeira tópica organizou o aparelho psíquico em: inconsciente, pré-consciente e consciente.

Dessa forma, cada sujeito terá as ideias sobre a realidade – ou representações – localizadas num desses pilares.

No Inconsciente, as representações são censuradas e não podem se tornar conscientes. No Pré-Consciente, elas estão inconscientemente latentes, podendo tornar-se conscientes. E no Consciente, estas representações estão vigentes naquele instante, na consciência mental.

Anos depois, em 1923, ao publicar o texto “O Ego e o id”, este modelo deu lugar à segunda tópica, em que os conceitos explicados acima foram substituídos por Id, Ego e Superego.

Freud chamou a instância mais primal do ser humano de id, ou “isso”, denotando uma impessoalidade. No começo da vida, o id carrega os impulsos biológicos, o que Freud chamou de pulsões. Podemos dizer que a nossa primeira versão do psiquismo é pura pulsão. Ou seja, há uma busca totalmente irrefreável para a satisfação de desejos.

No começo da vida, um bebê tem pulsões de autopreservação operando a todo tempo. Como exemplo, pode-se citar a fome, o frio etc.

A pulsão de vida é essa tendência do indivíduo a preservar a existência.

Por outro lado, o id também comporta as pulsões de morte, nas quais o indivíduo se satisfaz através da destruição, tanto de si quanto do outro.

As pulsões querem ser descarregadas por inteiro. Portanto, se fôssemos guiados apenas pelas pulsões, seria impossível viver, pois quebraríamos limites impostos pela realidade.

Entre o desejo e sua satisfação, o bebê percebe que ele cria a realidade. Porém, com o tempo, ele percebe que a realidade é resistente aos seus impulsos. E ao redor do id, vai surgindo uma camada que virá a ser o ego. Essa nova camada é o resultado da interação do indivíduo com o mundo externo.

Concluímos que o ego nasce do id, a partir do momento em que a criança percebe que a realidade não é tão maleável aos seus desejos quanto ela imaginava. Em outras palavras, é o resultado do encontro com a realidade, a parte mais adaptada aos limites.

Dessa forma, o ego é uma contraposição natural ao id.

Segundo Freud: “o ego evolui da percepção para o controle dos instintos, da obediência a eles para inibição deles.”

E mais: “o ego procura aplicar a influência do mundo externo ao id e às tendências deste, e esforça-se por substituir o princípio de prazer, que reina irrestritamente no id, prelo princípio de realidade. Para o ego, a percepção desempenha o papel que no id cabe ao instinto. O ego representa o que pode ser chamado de razão e senso comum, em contraste com o id, que contém as paixões.”

De acordo com as interações com os objetos, este ego vai ganhando substância.

Em resumo, Freud diz: “formamos a ideia de que em cada indivíduo existe uma organização coerente de processos mentais e chamamos a isso o seu ego.”

A terceira instância psíquica da 2ª tópica de Freud é o superego.

Trata-se de uma parte do ego a qual se submete à autoridade.

Essa autoridade é construída através das identificações da criança com os pais, em especial o pai. Dessa forma, o superego é a consciência moral do sujeito. É a parte do aparelho psíquico que pune através do sentimento de culpa.

Vale aprofundar através das palavras do próprio Freud: “A origem do ideal de ego: por trás dele jaz oculta a primeira e mais importante identificação de um indivíduo, a sua identificação com o pai em sua própria pré-história pessoal.  Trata-se de uma identificação direta e imediata, e se efetua mais primitivamente do que qualquer catexia do objeto.”

Em outro trecho do mesmo texto, ele prossegue: “o superego, contudo, não é simplesmente um resíduo das primitivas escolhas objetais do Id; ele também representa uma formação reativa enérgica contra essas escolhas. A sua relação com o ego não se exaure com o preceito: ‘Você deveria ser assim’. Ela também compreende a proibição: ‘Você não pode ser assim, isso é, você não pode fazer tudo o que faz; certas coisas são prerrogativas dele’.”

Freud complementa: “do ponto de vista do controle instintual, da moralidade, pode-se dizer do id que ele é totalmente amoral; do ego, que se esforça por ser moral, e do superego que pode ser supermoral e tornar-se tão cruel quanto somente o id pode ser.”

Em resumo, sobre as 3 instâncias psíquicas, Freud diz: “enquanto que o ego é essencialmente o representante do mundo externo, da realidade, o superego coloca-se, em contraste com ele, como representante do mundo interno, do id.”

Compreendidas as instâncias psíquicas de forma individual, vale dizer o óbvio: na vida de um sujeito, essas instâncias estão em constante operação, simultaneamente. Ou seja, há um “cabo de guerra” entre elas.

O id, por sua natureza indomável de satisfação de desejo, gera impulsos em uma direção.

Por outro lado, o superego impõe os limites.

E na mediação desse conflito, fica o ego, em situação desconfortável, tentando encontrar um meio termo de satisfação de desejos, de forma que não rompa com os limites introjetados.

 

 

O PSIQUISMO E O TRADING

Na vida cotidiana, o grande desafio de um indivíduo é encontrar um equilíbrio para este conflito psíquico.

Ao longo da vida, aprendemos a valorizar e desejar objetos, pessoas, situações e emoções de forma particular. Porém, há uma força poderosíssima operando no imaginário do ser humano de maneira geral que diz respeito à realização de todos esses desejos.

E o catalisador, ou meio para isso é o dinheiro.

Pode-se deduzir que o ideal de liberdade da maioria avassaladora da humanidade está ligado à conquista e multiplicação do dinheiro.

Some-se a isso a finitude do ser humano, temos um senso de urgência natural para que essa conquista se dê o quanto antes.

Dito isso, o daytrade na Bolsa de Valores representa um conceito de liberdade e riqueza rápida que desperta impulsos e ideias de forma extremamente agressiva.

Ou seja, o conflito entre as 3 instâncias psíquicas é tensionado.

As ilusões do imaginário (fortuna, liberdade, reconhecimento) induzem o indivíduo a tomar atitudes impulsivas que, geralmente, são autodestrutivas, emocionalmente e financeiramente.

Junte a isso uma dinâmica que remete à lógica de jogatina, da recompensa pela aleatoriedade, este indivíduo vai criando e consolidando crenças distorcidas perante o mercado, seu funcionamento e, mais importante, em relação à sua própria interação com o mercado.

Eventualmente, ele vai obter ganhos. O que reforça ainda mais essas crenças distorcidas.

Além disso, na prática, a parte mais adulta e centrada do indivíduo é engolida por impulsos que o levam a acreditar que é possível controlar o incontrolável (onipotência perante o mercado).

Por fim, por tratar-se de uma profissão solitária, em que a performance do indivíduo – em tese – é o único fator determinante para o sucesso, mais uma ideia errônea é enraizada como uma verdade.

Como pode-se perceber, são inúmeros fatores e possibilidades em curso ao interagir com o mercado no daytrade.

Para termos um recorte mais prático, foram entrevistados alguns traders, ou aspirantes a trader.

Nesses estudos de caso, vemos claramente como as instâncias psíquicas impõem determinados comportamentos.

 

   

ESTUDOS DE CASO

O primeiro caso trata-se de um homem de 45 anos que opera há 6 anos e começou a operar pois ficou fascinado com a possibilidade de fazer dinheiro no mercado.

O entrevistado se considerava rebelde quando criança, com pais proibitivos, os quais batiam nele quando ele os desafiava. Disse que o pai era muito duro, que xingava e batia nele quando cometia erros ou falhas.

Em seu relato, diz que já aconteceu de perder dinheiro e não conseguir dormir, remoendo o que aconteceu.

Vale destacar que se considera perdedor até agora, que não possui um plano definido para operar e que usa seu bom senso para parar caso esteja perdendo dinheiro num determinado pregão.

Percebe-se claramente a presença de um superego severo em ação, que imprime culpa e medo de errar.

Ao cometer uma falha quando criança, era repreendido pela figura de autoridade através da violência. Analogamente, a possibilidade de ser punido pelo mercado (que faz o papel de autoridade), faz com que opere guiado pelo medo de errar, o que, ironicamente, o leva a não ter atitudes assertivas nem claras (complementadas pela falta de um plano definido).

Um próximo entrevistado, homem na faixa dos 40 anos, opera desde 2020 na bolsa, porém carrega uma experiência em apostas esportivas desde 2014.

O entrevistado se considerava uma criança questionadora, anti-autoridade, contestador.

Quando não conseguia o que desejava, tentava manipular.

Em relação aos pais, disse que eram permissivos.

Ao ser perguntado como reagia se os pais proibissem algo, ele relata que tentava encontrar o que queria e burlar a regra.

Destaca-se a relação em família, na qual ele diz que jogava com o irmão e roubava nos jogos, deixava peças escondidas e trapaceava para não perder. Segundo ele, a competição sempre esteve presente entre ele e o irmão e ele queria sempre ganhar para ser reconhecido pelo pai, queria que o pai tivesse orgulho dele.

Ele cita que tem uma necessidade de ser aclamado desde sempre e que sempre quis contar a história de ter apenas 500 reais e transformar em 1 milhão em 1 ano, operando na bolsa.

Diz também que é alguém extremamente indisciplinado, que cria sua maneira própria de trabalhar, que tem aversão à autoridade.

Por fim, em relação às operações em bolsa, diz que tem uma dificuldade brutal para entrar a favor de um movimento, que quer fazer operações contrárias ao que o mercado está apresentando. Ou seja, num movimento de alta, ele vende e vice-versa.

Todo este conteúdo mostra uma fantasia de onipotência muito presente e atuante.

Esse modus operandi é típico do id, onde as fantasias, idealizações e traços narcísicos superam a racionalidade e autopreservação.

Diversas vezes em seu discurso podemos ver um desejo de modelar a realidade a seu bel prazer. Porém, a autoridade que é tão desprezada é implacável. Em outras palavras, o próprio mercado, que é um mecanismo infinitamente maior e mais poderoso que qualquer trader, trata de dar um choque de realidade, como por exemplo no relato de que, após transformar 500 reais em 9600, tudo foi perdido em apenas um dia.

Este entrevistado também se considera perdedor.

Um 3º entrevistado, homem de 40 anos que opera há 12 anos, mas não em tempo integral, também se considerava rebelde quando criança. Seu pai abandonou sua mãe quando ele era bebê. Portanto, foi criado pela mãe, porém de forma distante por conta de ela estar fora a maioria do tempo trabalhando.

Quando cometia erros, diz que apanhava da mãe.

Interessante notar a fantasia que o levou a operar na bolsa: “é muita adrenalina e muita grana em jogo.”

Mais um aspirante que não opera com plano definido e que não parava quando chegava a um patamar de perda considerado limítrofe, pois ficava na esperança de que o ativo voltaria ao preço inicial da operação.

Podemos perceber claramente um ego infantilizado, com ideais ilusórios bem enraizados.

E um superego demasiado frouxo, tão ausente quanto o pai em sua infância, que denota a falta de introjeção de normas, de respeito aos limites.

Além disso, o id (a sede dos desejos) fala mais alto, tanto na situação adversa (querendo acreditar que o ativo vai voltar ao seu preço), quanto na motivação inicial para se operar.

Mais uma vez, vemos como a prevalência do id leva a atitudes autodestrutivas.

Não é surpresa que mais este entrevistado seja perdedor.

O 4º entrevistado, um homem de 42 anos, opera de forma integral há 5 anos e meio.

Considerava-se uma criança rebelde, porém que aceitava quando não conseguia o que queria. Relatou que os pais eram proibitivos e que tinha que lidar com isso senão dava castigo.

Ao ser perguntado se segue um plano ou age de acordo com a intuição para realizar um projeto, disse que faz um planejamento, embora não o siga meticulosamente.

Para operar na bolsa, tem um plano definido.

Neste caso, é possível interpretar positivamente o efeito de se introjetar a lei, a regra e a colocação de limites desde criança.

Percebe-se que há uma aceitação diante das impossibilidades. Ou seja, um ego maduro e mais no controle do que o id e o superego.

Não à toa, o entrevistado se considera vencedor.

 

  

CONCLUSÃO

Ao analisar o conteúdo trazido pelos entrevistados, vemos na prática como um id prevalecente denota em primeiro lugar, ideias não-condizentes com a realidade. E, em segundo lugar, como essas ideias distorcidas levam o indivíduo a tomar atitudes autodestrutivas, como por exemplo, achar que, ao não assumir uma perda pequena e sair de uma operação errada, o trader segue na operação com a esperança de que o ativo voltará ao seu preço. Porém, ao continuar em seu movimento contrário, o mercado leva o capital da conta do operador.

Em relação ao superego, vemos como o equilíbrio é fundamental para o sucesso no daytrade. Em outras palavras: um superego rígido pode ser paralisante, o que leva a atitudes e decisões não-assertivas. Por outro lado, um superego quase ausente leva a erros e perdas por outro caminho: o da falta de limites, que leva o operador a desafiar um mecanismo que é muito maior que ele.

Por fim, ficam claros os benefícios de se ter um ego no comando. Ou seja, uma parte consciente dos riscos, que zela pela autopreservação, que compreende o mecanismo do mercado, que aceita o seu próprio tamanho e os erros como parte de um processo e de um plano já pré-definido.

É possível concluir que os elementos particulares de cada um, que constituem cada instância psíquica, são fundamentais para a performance e resultados ao se operar na bolsa de valores.

Claramente, regras são fundamentais, fazem o papel de proteção de si próprio (em última análise, do próprio id) num ambiente em que o imprevisível é parte inerente da dinâmica do mercado. Compreender que as regras têm um efeito preservador (portanto, de potencial de crescimento) ao invés de um efeito castrador, no mau sentido, é um passo imprescindível para se trilhar um caminho de sucesso como daytrader.

Obviamente, sem a parte técnica e gerencial é impossível prosperar. Porém, o conteúdo mais urgente a ser aprendido, compreendido e transformado é o psíquico. Mas, infelizmente, a grande maioria dos traders perdem seu dinheiro e são expulsos do mercado antes de que esse aprendizado seja possível de se concretizar. Seja através de análise ou qualquer outra técnica intrapsíquica ou intersubjetiva.

 

 

*números atualizados, de 04/02/2022: 4,2 milhões de CPFs únicos na B3

Fred da Matta

Fred da Matta

É trader, psicanalista e desenvolvedor de robôs.

Fred teve seu primeiro contato com a bolsa de valores em 2007 com o IPO do papel da própria Bovespa. Dali pra frente, manteve-se operando no mercado de forma passiva, através de swing trade em ações. Em seguida, teve sua primeira experiência em daytrade, operando opções.

Operou de forma part-time até 2017, quando decidiu operar full-time e entrou no time da 1ª mesa proprietária do Brasil, a LVL Trading, onde operou ações, opções, ETFs e contratos futuros.

De lá para cá, especializou-se em dólar futuro, tendo como mentor um dos maiores traders deste mercado do país, CIO de um family office de São Paulo.

Hoje em dia, opera por conta própria através de um método quantitativo, desenvolve robôs e ajuda traders e gestores de fundos de investimentos a encontrarem sua melhor versão no mercado através de um olhar profundo e humano.

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